Convidad Convidado
| Assunto: Kong at the gates. 7/8/2012, 11:07 | |
| Nos meus sonhos, tudo é diferente. Tudo muda, tudo troca de lugar.
Conseguem escutar? Os tambores, tocam-se os tambores, os imensos portões se abrem. Seria isso o inferno? Eu não sei, deveria estar sonhando, de novo. Já não é a primeira vez que sonho com algo semelhante, não mesmo. Não gosto muito de relembrar, mas vejo um demônio por aqui, uma coisa desconhecida, que não me agrada. Silêncio domina, vejo o medo no chão, a água, o reflexo. Me vejo tentando levantar o corpo daquela situação, é desprezível, parecia sem força, mas enfim consegui. Olhei para cima, para os lados, nada. Vazio. Os portões estavam abertos, e eu sentia o silêncio, o medo, e que algo estava a me esperar, mas como não tinha escolha, simplesmente prossegui.
Águas vazias, sonhos vazios. Mares. Ondas. Tudo isso tinha aqui, só que eu não via, eu sentia. Meus olhos estavam normais, e minha visão? Ruim como de costume. Mas estava tudo escuro, isso eu podia ver claramente. Faça silêncio, fique calmo, e talvez possa ouvir as ondas se quebrarem. Estávamos na praia? É, eu achava isso, mas quando percebi que era um lugar totalmente diferente, já não importava mais. Ativei meu Byakugan, na expectativa de conseguir ver tudo, e talvez não sentir mais medo, sabendo o que vejo, mas estranhamente, não consegui ver nada, foi como se não existisse nada ali, fosse apenas o nada. O vazio. Escutou isso? São vozes, vozes do além. Vinham de todas as direções, não consegui distinguir de onde viria, virei para trás, para os lados, me desequilibrei e caí, tremendo de medo, comecei a suar. Senti a água gelada bater nos meus calcanhares e pulsos, estava muito fria. Já tinha muito tempo que não ia à praia. Um som estranho pude escutar vindo da direita, me foquei lá e, assustado como sempre, não entendi o que era, nem o que poderia ser. Uma mão enorme, branca, com escamas e estranhamente feroz se lançava até mim. Pedi aos deuses que me salvassem, eram minha única compania naquele horrendo lugar, coloquei a palma das mãos no chão e rezei. Num momento em que fechei os olhos, os abri novamente, e por incrível que pareça, estava voando! Não necessariamente. Parecia ter sido impulsionado por algo no solo, que me levou até aqui. Minhas mãos.. estavam frias, e tinham uma coloração azulada ao redor: era a única coisa que eu podia ver.
Perdido no espaço. De fato não. Me recompus ainda no ar, enquanto já caía de volta no chão, firme, e momentâneamente seguro. A estranha mão tinha desaparecido, mas a voz não. Agora, ela se manifestava, dizia algo, que eu não entendia muito bem: Você.. - resmungava a criatura até então desconhecida - como conseguiu desviar daquilo? Não deveria nem se quer sentir sua respiração neste lugar.. - completou-a. Afirmando que o que fiz foi surpreendente, por algum motivo que eu mesmo não entendo.
Vivendo o inferno. Já não entendia mais nada, mas sentia uma dor estranha na barriga, no peito. Das sombras, a criatura se manifestava, se mostrava. Era um alívio, poderia ver o que me fazia sentir tanto medo, mas tinha até medo de vê-la. É, sou um medroso, mas sou assim. O vento conduz, a água mudava sua temperatura, ficava um pouco mais quente agora. Um olho, vermelho e obscuro eu consegui ver, e outras partes de seu corpo também, mas eram tão estranhas que eu não pude dizer o que era realmente aquilo. Parando ali, ela me fitou e começou a falar: Vença-me - começou dizendo, seu tom realmente me assustava. - e nunca mais sentirá medo.. - Nunca mais? Isso me comoveu, não gosto muito disso, mas não consigo evitar. Depois disso, sabia que não poderia confiar nela de corpo e alma, mas neste lugar, onde não sei nada, nem se realmente estou vivo, não tive outra escolha. Parti para cima.
As águas se remexiam, várias e várias vezes. É natural, afinal, estava tomando uma surra. Muitas e muitas vezes ela me jogava para trás com um simples sopro, ou em um movimento brusco de suas mãos. Pude ver também, caudas, eram três. Consegui supor que era uma espécie de tartaruga quimera, não entendi os outros animais, mas era basicamente isto. Tive tempo de analisar o campo e também as habilidades do monstro, e já era de se esperar, seu chakra era assustador. E o campo? O campo era negro, vazio, e completamente escuro. Livra-se apenas a água que provavelmente toma conta dele.
Sozinho, estamos. Lutamos, e de alguma forma, não conseguia usar meu chakra direito, parecia estar perturbado, por dentro. Ela me olhou, eu olhei para ela. Era isto, e correndo e tentando, mas nunca conseguia realmente ferir ela, não que ela demonstrasse isto. Quando tive uma pequena ideia, mas era irrelevante. Peguei minha espada do bolso, e a ativei. Iluminou boa parte do local, vi a água, negra, por causa da escuridão. Estava sangrando, e nem tinha percebido. A criatura, verde, e enorme mesmo, como eu já tinha visto, mas embaçado e com poucos detalhes. A espada estava aqui, e eu poderia fazer o que bem desejar. Joguei-a no solo, ativada. Era uma espécie de corrente elétrica em forma de espada, um verdadeiro trovão, um choque. E quando atingiu a água, não vi mais nada, senti meu corpo sendo lançado para trás e apaguei.
Escutei os pássaros, o som das ondas, e do mar. O que aconteceu? Me questionava, sabendo que não sabia a resposta. Respirei, tive vontade para fazer isso, e consegui muito bem. Meus olhos, voltaram a funcionar. Isso era bom, estava feliz. Olhei para os lados, consegui ver tudo, mas não o que queria. Não vi nada, nem ninguém. Estava na praia mesmo, e não aparentava ser um sonho, mas como o anterior também não aparentava, não acreditava em mais nada. É, eu sabia que tinha praia no País da Terra, mas eram muito longe! Como eu consegui chegar até aqui? Não lembro de nada, nada mesmo. Não tinha notado, mas algo estranho circundava meu corpo, era uma camada meia transparente, avermelhada e estranha. Olhei atrás, tinha três caudas projetadas por este "manto". Aos poucos este foi se desfazendo, como se eu estivesse ordenando. Me sentia bem, acho que este era a parte do trato de não sentir mais medo, e não senti ao ver isto. Contente e feliz, voltei andando para minha casa, antes que descubram que parti e passem a me cobrar. A vida segue, até a morte.
- Spoiler:
Não usei jutsus, apenas o Byakugan, duas vezes. Sou Hinata, como personagem. Não vejo necessidade de uma descrição, até porque, isto é off, e pouco importará. É apenas isto, espero que esteja tudo certo, rs.
Citações: Vivendo o inferno, perdido no espaço e tudo muda, tudo troca de lugar.
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