Aprendizado

Sentado, a beira de um grande lago próximo a floresta que protegia sua aldeia, o jovem rapaz apreciava as inusitadas figuras refletidas por sua fértil imaginação no desenho das estrelas que tomavam o céu margeado pela escuridão, ainda iluminado sobre os últimos raios do sol que se afastava horizonte abaixo. Pouco a pouco, desperta de sua utopia assustado por corvos que pairam seu território e largam dois pergaminhos sobre o solo úmido, curioso, dispõe-se a compreender os ensinamentos neles contidos. O primeiro deles, um pedaço de papel amarelado pelo tempo e amarrado com uma fita azulada, continha instruções detalhadas a respeito de um elemento essencial, parte do todo que compunha o cosmos ao redor, trava-se do desígnio água, o terceiro que viria a possuir. Primeiramente, interioriza sua mente e busca separar os elementos em si - conhecia outros dois e descobrir um novo não seria de grande dificuldade -, logo após, induz esta força ao exterior, transportando-a através de seu próprio corpo para a natureza que a originara, nada parecia acontecer. Insatisfeito, repetira o processo por longas horas até que, numa súplica de coragem, algumas gotas do liquido cristalino põe-se a brotar de seus punhos.

Em posse da primeira técnica, o rapaz direciona sua atenção para o segundo pergaminho, cujas características se assemelhavam ao anterior. Este, por sua vez, parecia conter uma técnica de suporte, não um elemento em si, mais uma variante deste poder baseada nos princípios de exteriorização já praticados. Tomando a posição meditativa, junta as mãos a frente do corpo e passa a circular seu chakra em velocidade assombrosa, buscando convertê-lo em água ainda dentro de seu organismo e liberá-lo em condições apropriadas, como indicado pelo pergaminho, novamente, nada ocorre. Sem fraquejar, mantêm as incontáveis tentativas até que, pouco antes do sol novamente tomar espaço no céu enegrecido, uma brisa fria domina o campo, forjando a névoa artificial que esperava.