A serpente e o leão;

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Caminhamos um longo trajeto; era difícil me nortear com as poucas informações que pude reunir com base em meus conhecimentos e mapas. Fora isso, a praga que Thomás era tornava a tarefa de corrigir seu horrível senso de direção e chegar em nosso objetivo ambos juntos um verdadeiro inferno. Dormimos algumas vezes em hotelarias baratas daquele tipo que encontra-se em florestas e, em alguns dos piores casos, em um monte de fenos e galhos resistentes; mas para ser sincero, as noites se resumiam em observar Thomás dormindo conforme mantinha meu cérebro ativo e pensando no que deveria ser feito -eu só consegui descansar de verdade nas últimas duas noites de viagem, quando o bioma nos favorecia e as preocupações temporariamente se esvaíam. Desta forma, a serpente liderava o caminho, conforme o leão, na plenitude de sua imponência, sucumbia á inteligência do réptil. As vezes em tocas, as vezes no topo de montanhas, os inconvenientemente interligados irmãos dividiam seus princípios por embarcarem em uma tarefa incomum. "Conhecimento", disse a serpente quando meditava cuidadosamente nos resultados de sua missão. "Força", urrava o bravo leão pensando no mesmo epílogo. Seguimos viagem, deparando-nos finalmente com o quê gritava ser nossa final destinação.

─ Afaste-se, Thomás. Preciso raciocinar. ─ Exprimi ao meu associado conforme fitava todo o perímetro que minha vista permitia vasculhar daquela distância. Conforme de minhas mangas resvalavam serpentes brancas, mantive-me imóvel conforme os anteriormente répteis selvagens moldavam-se em cópias perfeitas de minha pessoa, avançando de volta pela floresta da qual acabávamos de permear, embora desta vez foram mentalmente ordenados que percorressem direções diferentes das que já passamos. Neste momento nos encontrávamos a uns bons dez metros retilíneos da aparente entrada daquele peculiar refugo, embora o que tenha restado de minha sanidade urrasse nos confins de minha mente para quê eu não me aproximasse; eu era forçado a concordar, até porquê, aquele final de barranco onde estávamos localizados permitia uma ampla vista de toda aquela área, deixando de lado o fato de quê apenas água encontrava-se abaixo de nós até a pedra com as inscrições estranhas. Minha mão buscou a bolsa que estava pendurada em meu peito, retirando do alforje um confortável e peculiar recipiente, que tinha seu conteúdo despejado por completo na água. Nadavam, nadavam e afundavam perante a serpente rei que as comandava. A mesma mão esquerda que antes auxiliou-me no manejo de minha bolsa, agora ajeitava meus redondos óculos de uma forma levemente desajeitada, de tal forma que a toda a atenção de meu corpo voltava-se ao que minha vista processava; ─ Não existem dúvidas. As inscrições são um Kekkai Ninjutsu. ─ Emiti ao meu companheiro num satisfatório tom, conforme a atenção antes em meus olhos passava-se para o percurso que meus clones tomavam; eram quatro marcações registradas em árvores aleatórias que representavam os quatro cantos do perímetro a ser protegido e um quinto selo -que era o primeiro com o qual nos deparamos- que delimitava a área a ser protegida. Uma brincadeira de criança, devo admitir. ─ Thomás; vê aquele... adesivo preso à rocha? Desloque-se até lá e, quando eu mandar, retire o selo. ─ Denotei, mantendo um sarcástico sorriso enquanto tomava cuidado de expelir palavras que aquele brutamontes poderia compreender. Todos os meus clones estavam a postos.

Meu capuz, que em algum momento de minha distração resvalou para fora de minha cabeça, fora reposicionado por minhas duas mãos de volta a seu lugar prévio, conforme minha mão esquerda, agora livre, fora virada com a palma para meu companheiro; ele já sabia que, quando eu a fechasse, seria o sinal de que deveria retirar o selo como ordenado -seria uma boa estratégia para que não causássemos nenhum tipo de estardalhaço ou barulheira com nossas movimentações. Após meu sinal, a mão direita subiria para poucos centímetros de minha boca conforme a esquerda estaria em repouso, prontificando-me para o uso de quaisquer técnicas com um tempo de reação incrivelmente maior com parte dos preparativos realizados.

Awashi; 2100/2400;

Consid.:

Descrições:

Back to the jungle!

Em algum momento durante o percurso os andarilhos deixaram de percorrer o caminho sobre o corpo daquela gigantesca cobra que os acompanhava atrás, um tanto quanto distante, e passaram a usufruir de suas próprias pernas. Guiados por Awashi, foram poucas as vezes que adotaram de hotelarias ou pousadas para recuperar a energia gasta. Traçando caminhos alternativos e na maioria das vezes quase desertos na tentativa de evitar qualquer situação problemática, Thomás seguia cegamente aquele que acompanhava, afinal, caso dependessem do senso de direção do velhote ainda estariam nos arredores de Konohagakure. Completavam-se os dois; tanto em suas habilidades quanto na forma de agir. Enquanto a aspereza e rigidez exalavam de cada ação de um dos meio-irmãos, o outro apresentava-se de modo culto e descontraído, apesar de seus momentos de insanidade.

Encontravam-se agora em meio ao emaranhado de vegetação. Apesar da rica e propícia diversidade e quantidade de plantas, a movimentação dos que ali transitavam não era restringida. – Então finalmente chegamos. Respondia o ancião ao esticar de seus braços, aquecendo seu corpo para o que estava prestes a vir. Logo à frente um refúgio aparentemente pequeno encontrava-se presente. A pequena lagoa rodeava a gigantesca rocha que bloqueava a entrada, trazendo à Thomás lembranças associadas à características de castelos medievais – conteúdo do livro que lia logo mais cedo. A julgar pelas ações de Awashi, o mesmo aparentava certo receio em relação àquele lugar. Os clones do rapaz espalhavam-se pelo local enquanto o velhote observava a amplitude do lugar, olhando de um lado para o outro, fascinado.

- Ó, não havia percebido aquelas inscrições. Respondia ao comentário de Awashi. De fato o velhote não havia notado a tarja no centro da rocha. – Acho que estou finalmente ficando velho, não?!  HAHAHAHA. Tentava descontrair, apesar da certeza de que o divertimento não seria recíproco. Tudo que recebia era secas instruções a respeito do que ser feito a seguir. Antes de colocar as ações em prática, de forma uníssona as mãos do ancião cortavam o ar em direções opostas, juntando-as em forma de selo. – Não me trate como tolo, Awashi. Eu sei o que é um selo. Proferia de forma áspera, fitando seu irmão com os tomões de seus olhos pouco antes de saltar em direção à enorme rocha.

Alguns metros distantes da entrada que estava prestes a destruir, Thomás analisava de forma minuciosa o âmbito onde encontrava-se. Antes que o sinal para retirada da tarja fosse realizado, novamente suas mãos juntavam-se em forma de selo e criavam ao lado do velhote uma réplica perfeita. – Você deve bastar. Pensara, mordiscando a ponta de seu polegar direito e tapeando o lago logo em seguida. Escrituras surgiam do local de impacto e espalhavam-se pela água, explodindo em fumaça. O som horrendo da criatura recém invocada ecoava pela floresta enquanto a mesma graciosamente perfurava o ar em direção às nuvens, levando seu mestre consigo.

O clone aproximava-se da entrada, repousando sua mão sobre a tarja à sua frente e voltava a fitar Awashi. A visão de onde estava era boa o suficiente para que o sinal fosse facilmente percebido e a tarja era retirada de forma sincronizada aos clones do outro rapaz. Aquele era o início da batalha que estava prestes a começar. Rápida e agilmente, a réplica saltava para trás enquanto tecia novos selos com as mãos, os quais traziam consigo a criação de uma extensa e poderosa ramificação de caules, raízes, galhos e plantas por completo, penetrando a rocha e tomando conta do espaço recém descoberto.

T. 1200;
M. 1200/1000;
H. 1000/900;

Considerações:

Descrições:

Back to the jungle!

A destruição espalhava-se por todo o âmbito daquela gruta. A ausência de um ser capaz de defendê-la fora intrigante para Thomás, fazendo com que sua curiosidade aumentasse severamente. – Onde está todo mundo? Indagava-se, adentro o local após o pouso de sua ave e a retirada daquele amontoado de árvores e raízes.

T. 1200;
M. 1200/1000;