Domínio: Kyuubi;

Havia dias que eu havia roubado uma das grandes feras existentes no mundo. Existiam apenas 9, dentre os milhares de shinobis que almejavam-nas, eu estava entre o grupo seleto. Um dia distante eu fora o Jinchuuriki da Nibi, pouco tempo atrás, da Yonbi. Agora, a mais forte de todas me pertencia, e minhas ambições estavam completas. Ou quase. Faltava torná-la minha arma. Uma palavra, sem dúvidas, ultrajante. Mas não se trata exatamente de combates. Arma também pode significar um longíquo sentido, amigo que ajuda. E está mais pra isso. O mais estranho de tudo, é que eu não possuía um selo para trancafiar o chakra de se misturar com minha porção, nem muito menos para suprimir o poder de minha bijuu. Esse tal selo foi quebrado, logo após eu fechar. Era uma relação anormal para leigos, uma vez que a Kyuubi possui um poder exorbitante que emana por todo o meu ser. Uma raiva incontrolável. Esse substantivo eu conheço bem, e era exatamente isso que eu queria drenar. Claro, eu tinha em mente que a qualquer momento, a situação poderia fugir do controle, e Kurama querer me atacar. Porém, eu mantinha confiança nos laços feitos dias antes, bem no primeiro dia.

Realmente fora uma longa noite. Estava eu, deitado calmamente, inquieto. A gélida noite conspirava aos meus pêlos. A bijuu a todo tempo querendo me teleportar para sua dimensão, afim de termos uma conversa plausível sobre nossos futuros. Decidi, por fim, aceitar. Hesitante, claro. A visão que obtive, ao fechar meus olhos, é de estar em um local completamente diferente, como se eu fosse uma outra pessoa. Constatei que o local era sujo, possuía água e poças por todo lado. Meu chakra estava estável, parecia que seria uma disputa justa. Ao menos era o que o eu achava. Como poderia ser justo tal batalha, perante meus olhos? Minhas percepções? Simples avanço imperdoável no tempo chamar de batalha. Palavras eram proferidas, então: - Você, novo Jinchuuriki, que pretende fazer com meu poder? E por que acha que devo ser submisso? - Perguntava Kurama, indignado e cheio de fúria. Respondia-lhe então com poucas palavras, nervoso não posso afirmar que estava, mas preparado para as consequências, sim. Iria ser travado, por fim, um simples diálogo.

O mundo Shinobi nunca haverá de ter paz, indagava com brutalidade nas cordas vocais, nove caudas. - Uma questão complexa, que gira numa esfera de visões limitadas, caro amigo - rebati, com certeza no tom. Contando no fato de que todos os humanos possuem suas próprias ideologias, visões e valores, as distinções entre a moral e a ética se alargam de forma que não podemos ver o fim, e isso implica diretamente na afirmação que você propôs, sendo ela verdadeira, expliquei, como pude. Kurama levantou-se, fuzilando-me com o olhar, demonstrando a incerteza do que estava prestes a acontecer. - Antes de sermos precipitados, só entenda uma coisa: se você morre, minhas ambições são seladas. Se eu morro, você o faz também, por um simples selo no meu corpo. Jisatsu. - uma jogada de mestre, hmm? O bijuu recostou-se sobre as patas novamente, esperando mais do saber. Comentou que os corações humanos sempre estão cheios de ódios, e o ciclo da vingança nunca se quebrará. Disse, para isso, palavras convincentes, que de outra forma, seria o fim de nós dois. - Ódio, é somente gerado por motivos. Motivos por razões. Razões por ações. Ações por idealogias. Idealogias por moralidade. Moralidade por racionalidade. Racionalidade porque somos humanos. Humanos possuem o dom do aprender, e é nisso que devemos um trabalhar. E ensinar. E proteger. Você, Kurama, sempre estará selada por pessoas que desejam alcançar suas futulidades, pessoas mais fortes que eu, pessoas piores, que não desejam relações. Cabe a você escolher com quem ficar. Quem será?

Apartir daquele momento, as nossas diferenças de poderes, não físicos, mas intelectuais estavam esbalecidas, e uma relação comum prosperara nos dias seguintes. Nunca mais confrontos ideológicos como esses se seguiram. A paz entre nossa relação reinava, medida pela força de cada um. E no dia que eu não tivesse mais essa tal coisa, certamente meu fim estaria ao alcance dos indesejados. Mas até lá, a Kyuubi prometera-me ajudar o quão fosse possível, pois reconhecia minha força e sagacidade, e nunca estêve com alguém tão perspicaz.