[Missão rank D - O riquinho] Aoki

O primeiro patamar já fora alcançado. Eu era agora um genin, um mero genin. Na hierarquia ninja este era o nível mais baixo, mas não deixava de ser necessário. Todos tinham de passar por ali e todos tinham que agir como um e fazer as piores missões possíveis; as missões rank D. Neste rank as missões são simples, mas muitas vezes frustrantes ao considerar o que tem de ser feito. São normalmente solicitadas por pessoas que precisam de ajuda em tarefas muito simples, como procurar um objeto perdido, manutenção da residência ou, até mesmo, cuidar de uma criança como era meu caso. Caminhava de maneira tranquila pelas ruas de Konoha enquanto meus olhos estavam fixos naquele papel que continha meu objetivo. Passar um dia com Yukio... Não sei o que esperar disso. Pensei amassando o papel e colocando-o no bolso. Não esboçava qualquer animação mas compreendia que teria de fazer, "faz parte da educação de um ninja" eles disseram, e era nisso que eu acreditava.

Não demorei para chegar na casa do garoto; os pais deles aguardavam ansiosos nos pequenos portões que davam acesso à propriedade. — Ah, até que enfim chegou! — Exclamou a mulher. Ela vestia-se como um nobre, mas eu não entendia o porquê. O homem pigarreou e também dirigiu sua fala até a mim, passando-me as instruções. Não havia qualquer perigo aparente, onde seria uma simples tarefa; entraria, cuidaria do pequeno rapaz e, por fim, iria embora no final do dia. Sem delongas, concordei com a cabeça com o que me fora dito e adentrei a residência daquela família. Era uma casa grande e luxuosa composta pelos móveis mais caros e diversas decorações de mesmo preço. A entrada era um amplo corredor que dava acesso à diversos cômodos e nisso comecei a minha procura por Yukio.

Ele jazia sentado em um confortável sofá no que seria uma sala de estar. Em suas mãos carregava alguns brinquedos. Ao notar minha presença cumprimentou-me de maneira tímida. — Oi moço, você será minha babá? — Talvez minha cara de reprovação assustara o garoto, mas eu não havia gostado do termo. — Babá não, acho que o correto seria... segurança, certo? — Tentei ser o mais amigável possível, só que não sabia lidar muito bem com crianças. O garoto assentiu com a cabeça e voltou sua atenção para seus brinquedos. Ele não parecia ser agitado e eu torcia muito por isso. Queria ter uma tarde tranquila naquele confortável sofá.

A maior parte do tempo foi calma e entediante. Eu estava quase pegando no sono enquanto estava sentado naquele macio estofamento quando Yukio alegou que iria brincar no quintal na parte de trás da casa. Não fiz mais do que deixá-lo ir e também segui-lo. Passamos por mais um amplo corredor até que chegamos a uma porta que dava acesso aos fundos do terreno que possuía um visual muito agradável. A grama era bem cortada e tomava um profundo tom de verde. Mesas para piqueniques e cadeiras de descanso eram distribuídas no âmbito e ainda sim era impossível não notar a presença de duas formosas árvores que condecoravam o local. Uma delas tinha um balanço pendurado em um dos seus galhos para o divertimento do garoto, mas ele não se encaminhava para essa. O local trazia uma grande sensação de paz e tranquilidade, mas parecia que Yukio não gostava de compartilhar esses sentimentos; distraí-me por um momento e quando voltei a observá-lo ele escalava uma das árvores.

— Ei, garoto! Isso não parece ser uma boa ideia. — Chamava-o a atenção, mas parecia não funcionar. Teria de acompanhá-lo. Como quem apenas buscava o divertimento, o rapaz escalou a árvore com perfeição, mas não terminaria sua peripécia ali. Engatinhava em direção de um dos galhos. A chance deste quebrar e levá-lo ao chão da pior forma possível era imensa. Tentei alertá-lo, mas a criança ignorava-me. Observando o galho por qual ele se arrastava, eu percebi que o mesmo parecia quebradiço. "É, isso realmente vai acontecer. Prevendo o desastre, posicionei-me para salvar a pele do pequeno burguês, acompanhando seus movimentos. Quando seu peso foi colocado no fim daquela rama da árvore, a mesma partiu. O crec que soltara a quebrar foi acompanhado do grito desesperado de Yukio que por sua vez encontrou meus braços e não o chão. São e salvo, coloquei-o de pé, sem evitar de lançar-lhe aquele pequeno sermão. — Eu avisei. — As palavras não foram lançadas em um tom severo para evitar assustá-lo.

Depois de tal acontecimento, o dia seguiu sem mais problemas. O garoto aprendera a lição e agora apenas brincava com seus brinquedos enquanto eu aguardava ansiosamente o final da tarde que demorava para chegar. Fitava ansiosamente o céu, observando o sol arrastar-se pelo oeste e quando estava quase no fim deste, ouviu o bater na porta. Era os pais. Finalmente. Não deixei de pensar. Eles entraram, perguntaram para o pequeno se eu havia feito o trabalho direito e nessa hora nossos olhares se encontraram e lembramos do acontecido. Ele apenas disse sim e seus parentes agradeceram-me. Com o trabalho terminado, parti em busca da minha recompensa.

Status; Intacto.